domingo, 24 de janeiro de 2010

Souvenir de desigualdade:

Segundo investigadores brasileiros no Haiti,
a capital Port-au-Prince está caótica e os haitianos foram abandonados pela missão da ONU naquele país, a Minustah, que terá dado prioridade ao resgate de ricos hóspedes estrangeiros que estavam nos hotéis de luxo da cidade.

(No DN.)

sábado, 23 de janeiro de 2010

...!


Foi precisamente há 1 ano.



"E hoje estou TRISTE como um pátio à chuva."

(António Lobo Antunes)

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Inesgotável consulta médica:

Depois de meses e meses de espera por uma mera consulta no Centro de Saúde, eis que hoje finalmente fui atendida.

Fora a ameaça constante dos diabetes (e os tremeliques sempre que me enervo ou fico muito tempo sem comer), a alergia cutânea persistente (que me maquiha a pele de tons arroxeados, e me dá vontade de coçar o corpo com um garfo), o cansaço matinal (como se passasse as noites a partir lenha) e as insónias (dormir-dormir, devem ser uns 10 minutos por semana!!!), estou saudável como uma jovem maçã de agricultura biológica.

Pedi então ao médico se me aconselhava algumas vitaminas ou suplemento alimentar.
Ele deu uma risada e escreveu umas quantas palavras numa folha de papel, que me entregou.

Não era Centrum, nem Viterra, nem óleo de fígado de bacalhau.
Era a morada de uma discoteca de kizomba.
Com pensão por cima. Entre parêntesis.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Souvenir perdido:


Ele.
O que é que ele procurava, quando percorria as ruas a pé,
sem olhar para o brilho das montras, sem notar o aroma das castanhas a assar junto aos táxis da estação?

Quando caminhava de mochila, zangado e impaciente, murmurando pensamentos amarrotados?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Inesgotável anoitecer de ontem:


Lisboa, 19h45:
A minha atenção foi estrategicamente imobilizada por uma bem-falante lapiseira cor-de-rosa, durante o meu último exame escrito na Faculdade.

Souvenir trágico:


Perante as imagens de televisão que já vi, anseei ter a capacidade de me agigantar.

Para, de alguma forma, diminuir a catástrofe que desolou um país repleto de histórias pobres e tristes.

Para, meu Deus, conseguir olhar-te nos olhos e perguntar:
até quando vais permitir isto?