terça-feira, 30 de agosto de 2011
domingo, 28 de agosto de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
Inesgotável excerto literário:

José Saramago - Cadernos de Lanzarote
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Inesgotável apetite:
Souvenir irónico #1:

Em 2007, a Câmara de Viana do Castelo adquiriu a praça de touros local por uma quantia choruda, como todas as aquisições públicas.
Em 2009, o município transformou-se na primeira "cidade anti-touradas" de Portugal, e a lucrativa agenda de exploração da praça de touros foi cancelada.
Em 2011, a praça, bem como toda a área envolvente, está a degradar-se, entregue a ninguém, depois de tão grande investimento.
Oh como fico feliz por pagar impostos!...
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Inesgotável frase:

"Já passou."
Regra geral, quando nada há a dizer, ou quando não se pretende perder tempo a ouvir a outra pessoa, um "já passou", meia dúzia de palmadinhas nas costas, seguidos de um "vai correr bem", e "tu és especial", ou "não fales mais nisso" servem para empacotar o que um abraço fraterno curaria, ou o simples silêncio, num sincero "olha, não sei. mas estou aqui!"
"Já passou" é talvez uma das frases que raramente é utilizada na altura certa.
Em bom rigor, sabemos lá nós se, perante uma adversidade, a fase má se consumou por completo, ou se se avizinha pior. Ou mesmo se, aconteça o que acontecer, aquilo nunca vai passar e o mundo não regressará ao lugar.
É que há alturas em que, ainda que já tenha passado, a normalidade a que se chega é muito menos que uma refeição de sobrevivência, e o que nos tornámos, do outro lado do túnel, apenas uma sombra daquilo que seriamos, realmente.
domingo, 21 de agosto de 2011
Inesgotável ódio de estimação #3:
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Inesgotável descoberta:
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
Inesgotável reunião de vontades:
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Inesgotável cultura:
Souvenir feminista:

Enquanto que as primeiras são inteligentes e trabalhadoras, honestas e de um humor ácido e raro, as segundas são faladoras e mimadas, e de um cuidado extremo com a sua aparência.
As primeiras são simples e elegantes. Femininas. Humanas. Fazem beicinho e mordem os lábios, ora de luxúria, ora de tristeza, ora de timidez. Cortam o cabelo em casa, enquanto preparam o jantar, e depois de passar a ferro. São pestanudas e apreciam poesia.
As segundas são sofisticadas. Bonecas, na sua camuflagem de perfeição. Fazem trombas de manhã ou à noite, ora quando contrariadas, ora quando a roupa lhes deixa de servir, ora quando reencontram antigas colegas de escola, mais-casadas-ou-grávidas-ou-profissionais-ou-tudo-junto que elas. Cortam o cabelo no cabeleireiro, enquanto encomendam o jantar, e depois de irem buscar a roupa já passada a ferro. Têm lábios carnudos e apreciam revistas cor-de-rosa.
As mulheres-pérola raramente se apaixonam, e quando amam, dão a vida.
São independentes, teimosas e meigas.
As mulheres-ostra raramente amam, e quando se apaixonam, reclamam da vida.
São dependentes, teimosas e sedutoras.
As mulheres-pérola são viciantes e um constante desafio.
As mulheres-ostra são fáceis de agradar, e transparentes como copos de água.
As mulheres-pérola permanecem, por mais tempo, livres de relacionamentos amorosos.
As mulheres-ostra permanecem, na maioria dos relacionamentos amorosos, como namoradas e esposas para a vida.
E isto porquê?
Simples:
porque ninguém quer dar pérolas a porcos...
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Souvenir familiar:

A minha avó paterna faz hoje 81 anos. Foi a única que conheci.
E a que, perante a oportunidade de convívio, me recusou. Vez após vez.
Recordo, no entanto, com a nostalgia e encantamento que só as avós sabem ter, as escassas recordações na grande casa branca de Carcavelos. O cheiro a cera do chão - aquele que ainda reconheço como perfeito. A jardineira de galinha. A cevada, em chávenas pequeninas e antigas, como se eu já fosse crescida para beber café. A missa na televisão a preto e branco. Os brincos em forma de rosa que me deu, herança da sua mãe, e que me massacraram as orelhas como dentadas de cães. Os três envelopes com dinheiro e nenhuma palavra. A enorme cabeça de Cristo, na cómoda da entrada, com ar choroso e bocarra aberta, que eu fingia estar no dentista. A caixa de música em forma de garrafa. Os minúsculos chinelos de velha, em pele preta trabalhada. O barulho dos seus dentes de mentirinha, a mergulhar no copo efervescente. A tinta do cabelo que escondia num buraco da parede da casa de banho, para se gabarolar às vizinhas a ausência de cãs. Os olhos azuis, como dois botões de um casaco para o frio. E o riso seco, e amargurado. As histórias de infância. Apesar de, nessa altura, me ter custado a acreditar que a minha avó pudesse ter sido criança como eu. O retrato do avô adúltero, pendurado na sala, como o de um mártir ou herói, tragicamente morto aos 42 anos, num acidente de carro. O pão-de-ló seco. As amêndoas com sabor a naftalina. A mesa da cozinha, debaixo da qual convenci o vizinho Nuno a dar-me o meu primeiro beijinho na boca, aos 4 anitos e tal. O quarto do meu pai, cheio de garrafas vazias e fotografias nossas rasgadas. A assustadora máquina de lavar roupa, cinzentona. As escadas para a casa do vizinho, com vasos cheios de salsa e beatas de cigarros. O dois cavalos verde, estacionado no quintal, que o meu irmão tanto adorava "conduzir". O abraço que lhe dei, já em adulta, na última vez que nos vimos. E a rigidez em que o seu corpo franzino permaneceu, perante o nostálgico afecto. Precisamente no dia em que, graças a Deus, perdi os brincos em forma de rosa.
domingo, 14 de agosto de 2011
...!

Em poucos meses foram mais longe do que a maioria alguma vez vai. Ultrapassaram limites impossíveis para Ela, e também para Ele, que tantas vezes se sentiu invisível e só, reconstruindo-se à custa do seu carácter forte e optimista. Pisaram o acelerador a fundo desde aquele breve e acanhado trocar de palavras. E o inocente encontro revelou-se o primeiro de vários em que nunca reduziram a velocidade. Tudo se tornou viciante. Os olhares. Os risos. O entusiasmo. O cheiro frutado dela.
Depois de algum tempo, Ele começou a esquecer-se da sensação de adrenalina que O Amor provoca. Tornou-se distante e evasivo. O relógio agigantou-se no seu pulso, e nos seus olhos, que se demoraram a contemplar Outra pessoa, antiga, ao fundo da rua. Como se o milagre que acontecera fora apenas um sonho passageiro. Uma brincadeira de recreio. Uma fantasia. Um hobbie.
Atravessou, então, a estrada, onde já o esperavam. Não voltou.
Atravessou, então, a estrada, onde já o esperavam. Não voltou.
Ela percebeu, então, a fatalidade de ter de dar um passo na direcção oposta. Esquecer tornava-se, agora, incontornável. O quotidiano passou a sufocá-la na dúvida constante: ou voltava para a escuridão solitária da sua caverna ou decidia-se a enfrentar o convidativo abismo de se deixar reduzir a uma sombra faminta. Se optasse por recuar, não encontraria o que deixara antes. O seu espaço seguro jamais voltaria a ser o mesmo. Ele tinha-o destruído. (É que depois de se cheirar e saborear o ar livre, as sombras rotineiras deixam de parecer acolhedoras.)
Porém... se aquilo que sabia atrás de si a entristecia, numa incomplitude nunca antes sentida, o cenário diante dos seus olhos deixava-a paralisada de medo. Teria de encontrar em si a coragem e a loucura para desafiar o vazio, acreditar e esperar, novamente, que alguma força mágica a viesse resgatar. O Amor, talvez.
Mas O Amor era Ele - e Ele, afinal, não lhe tinha Amor...
Inesgotável cãopanheiro:
Não gostas de comida humana.
Adoras comer flores.
Tens medo de sacos de plástico.
E de motas.
És atrevido, obediente, bruto, infantil, preguiçoso e simpático.
Estás apaixonado pela gata Maggie.
E pela gata norueguesa da rua da escola.
Surgiste do nada, há quase seis meses, quando regressava de mais um dia de trabalho.
Correste para mim, como se me reconhecesses.
E por cá ficaste, sem nunca choramingar ou farejar até à casa de onde vieste.
Refilei entre dentes, suspiros e quase soluços, não querer mais animais por uns tempos, desgostosa de tantas perdas recentes.
Não ligaste nenhuma, absolutamente convicto que me ias conquistar.
Seguias-me para todo o lado, com a língua sorridente, num ar gozão.
Ganhaste.
Tornaste-te na energia que me faltava.
Dou agora por mim a pensar que pessoas não demonstram tamanha afeição e amizade.
Nem mesmo as pessoas a quem me dou, com tanto empenho, e que me conhecem, mais do que tu, me observam com a magia que demonstras.
É um Inferno passear-te à rua.
Mas, confesso, é também um Paraíso...
sábado, 13 de agosto de 2011
Inesgotável filme:
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Souvenires irritantes:
Ai os saldos, ai as férias, ai as dietas, ai a ida ao cabeleireiro e à manicure.
...! Ar condicionado que emana frio matinal do Alasca.
...! Glutões nas ruas.
Olhos em formato farol-ou-câmara-de-videovigilância a micar decotes e pares de pernas ao léu, como se não houvesse amanhã.
...! Som de cortar de unhas.
Com a tesoura de papel do Departamento, enquanto colega teoriza sobre a falta de produtividade laboral... dos outros.
sábado, 6 de agosto de 2011
Inesgotável conceito:
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Souvenir planeado:

O tempo tornou-me paciente:
Ensinou-me a partir.
E a ver-te regressar.
Deu-me a convicção de que aquilo que sentimos não justifica [não pode justificar] a distância.
Hoje, sei que nunca mais ninguém voltará a arrancar-me da pele o prazer que os teus dedos me causam.
Só porque tu és todos os meus momentos perfeitos.
Tu és o meu plano de felicidade.
Subscrever:
Mensagens (Atom)